terça-feira, abril 07, 2009

Lon.dres Cos.mo.po.li.ta: Que é de todas as nações

Pensei que estava louca, entorpecida, sob o efeito de alguma substância pesada, inapropriada, ilícita. Mas que nada, era apenas London outra vez. Pisei em Stansted e meu coração palpitava em alta. Pouco mais de uma hora e estaria no coração de Picadylli, fazendo minha carne e espírito finalmente fluírem juntos, alucinadamente em sincronia. E isso nada tem a ver com o volume da night, compreensivelmente alto, e isso nada tem a ver com a multiplicidade de opções. A motivação foi e será, tão-somente, o sentimento de pertencer. Sim. Já sou um pedacinho daquele lugar. O maior do mundo.

Na verdade, não sei ao certo quem me deu permissão ou se precisava de autorização pra viver Londres por dentro e por fora; de corpo e alma; cabeça e coração. Cada passo dado foi um suspiro profundo rumo ao mais completo sentimento de realização. Era esse sentimento que buscava quando saí de meu Brasil. Do algo incrivelmente novo, inesperado, inusitado, mesclado com segurança, prazer e bem-estar. Assim fui eu em Londres.

Desde minha primeira viagem pra lá, em março, várias idéias me ocorreram, inclusive a de largar tudo em Malmö pra viver aquele lugar intensamente, todos os dias, horas e segundos. Graças a Deus, para minha família, que se preocupa horrores, essa idéia foi descartada porque meu visto na Europa é pra viver na Suécia. Mas isso me abriu a cabeça pra um novo e maior sonho, viver por lá ao menos 3 meses de minha vida, pra aprofundar meu inglês, que vai bem, obrigada. Nada, nenhuma palavra, nenhuma expressão, fotografia ou imagem, pode traduzir ou explicar o que é estar naquela cidade. Só vivendo pra saber. Só vendo pra crer. Cheguei ontem de lá, fui em Camden Town, Hyde Park, Oxford, Waterloo Bridge, vários pubs, tradicionais e amodernados, clubs... É um lugar diverso, de pessoas educadas e nem tanto. Saímos duma festinha lá pelas 3h da madruga e o busu completamente cheio, todos estavam acordados, realmente, pra ver e viver London.

Já estava batendo perna sozinha, de bus pra baixo e pra cima, totalmente ambientada, sem a ajuda de minhas amigas, que se aplicam diária e arduamente em seus trabalhos e não podiam ficar 100% do tempo comigo. Me senti na maior independência, um lugar facilíssimo de se transitar, onde dificilmente você se sente perdido. Se quiser ir a Camden, dá um saque na internet que tem um site que te diz exatamente a rota que tem que pegar. E assim é pra todos os cantinhos da maior cidade do planeta.

Lá, tudo, tudo é barato. Londres não é a cidade mais cara do mundo. A Suécia é um país muito mais caro, garanto. Acredito que as pessoas dizem isso porque, em Londres ,você encontra do mais caro ao que cabe em seu bolso, certamente. E, talvez, por ser lá a capital da Inglaterra, país de moeda mais forte do mundo, a Libra Esterlina.

Continuo adorando meu curso. Agora estou pegando Grammar e Phonetics. Minha viagem pra Polônia foi maravilhosa. Fomos num grupo de 11 pessoas, guiadas pela polaquinha Dominika. Ela é minha vizinha aqui, parece uma bonequinha. Fomos a Cracóvia, conhecemos um castelo, todo o centro histórico, a catedral principal... Mas o preferido foi o melhor chocolate quente da área, segundo a amiguinha. A Polônia parece com o Brasil, da desorganização do povo ao valor da moeda. Confusão danada, só difere no frio, que foi de rachar!

Voltando a falar de London... lá tive uma grande surpresa. Estava voltando para a casa das meninas, Laís e Carol, na noite de sábado, quando um bêbado, beirando a loucura, começou a puxar papo comigo no busu. Pra me sair, disse: “Sorry, I don’t speak English”. O motorista abriu sua cabine, me pediu desculpas, disse que o bêbado não poderia responder por si mesmo, pra eu não me preocupar. Daí, o malandrão parou de abusar. De repente, ele me deu uma cutucada no ombro e disse: “You are so pretty, I love you, baby, I love you”. Parecendo um bêbado de filme americano... Sei, sei, to nas Zoropa... Mas GELEI, maluco. Gelei, mas não cheguei a 0º. Em menos de um segundo, o motô parou o busu, chamou um policial e colocou o cara PRA FORA. Olhou pra mim e disse: I’m so sorry... Só me restou um ‘Thank you’.

2 comentários:

Hilton Souza disse...

Muitos risos.... em todo lugar tem que ter um bebum... rsrsrs

Sucesso pra ti maninha....

Feliz páscoa pra ti!

Laís Leal disse...

Como explicar a maravilhosa sensacao de permanecer? De finalmente (depois de te vindo da suécia) se sentir acolhida? É fantástico, nao é? Ouvir o "absolutely,sure, why not?" no lugar do "nej,tack"... Bem, foi assim que me apaixonei por essa cidade e sei que você nao ficou fora desse meu novo amor! =)

Beijinhos chuchu!