quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Gente é gente em qualquer lugar do mundo

Javi estação da Lapa - Itinga mais limpo

Uma coisa eu tenho que contestar. É mentira que aqui por estas bandas não se vê papel no chão, que o povo é extremamente educado, blablablá. Mentira, mentira, mentira. A diferença daqui é que os serviços públicos de limpeza funcionam. Mas o povo é sem educação do mesmo jeito. Sueco também é ser humano, gente. A foto que coloquei ilustra muito bem o que estou dizendo. E a que segue é simplesmente a prova. A lixeirinha bem pertinho, mas os suequinhos preferem o chão. Outro dia estive na Centralen e olhei pra baixo. Centenas, juro, de bitucas de cigarro espalhadas.

A lixeirinha, prova da não educação

Outro mau hábito do sueco é o cigarro. Fumam desesperadamente, desde os mais jovens aos mais velhinhos. Mas não vejo ninguém fumando em local fechado ou coisa parecida. Comportamento obrigatório, definido por lei, claro.

Mas isso de fumar e de sujar o chão não é nada se comparado ao mórbido e sinistro costume de enterrar seus mortos em parques públicos, abertos à visitação. Estava andando, voltando da faculdade com Ahmad dia desses, e quase pisei em um túmulo. Seria uma experiência constrangedora. Pisar em túmulo. Nunca pensei. Nem quero.

Já tenho duas colegas de turma que sentam comigo. Isso é muito legal, porque posso brincar, contar piadas, discutir assuntos da aula e tirar dúvidas. Os nomes são impronunciáveis, até brinquei de chamá-las Girl A e Girl B.

Bom, Girl A é nascida em Malmo, mas seus pais são egípcios. Ela visita frequentemente a terra natal, tem uma semana que esteve lá. Superbonita, produzida e inteligente. Girl B é caladinha, pequenininha, exageradamente maquiada, fumante e vive fazendo piadinhas em tom baixinho. É realmente divertido sentar do lado dela.

Depois da aula, resolvi ficar na facult pra acessar a Internet, mas não sabia como entrar na rede wireless da Malmo University, recorri a um estudante que estava perto. Joaquin (fala-se Ioaquin). Só agora entendo de fato a desenvoltura de Ramon. Para morar em país alheio, ferramenta indispensável é a cara de pau. Por sorte, Joaquim foi supersupergente boa. Seu nome deveria ser SIMPATIA. Perguntou se eu era uma aluna de intercâmbio e quando eu disse que sim, que sou do Brasil, abriu um imenso e largo sorriso. Achei melhor não interpretar.

Fato é que Joaquin é a primeira pessoa genuinamente sueca que conheço por mim mesma. Josefin não conta, pois ela é do ‘Interact’. Quase uma obrigação. Senhor simpatia se despediu de mim em 30 minutos, dizendo que ia me mandar um e-mail com dicas de lugares pra morar. Nem precisava

Uma coisa que acho muito burra aqui é que as distâncias são medidas em minutos. Eu moro a 10 minutos da faculdade, se eu for de ônibus. Mas na volta, a bendita está a 40 minutos de minha casa. Outro percurso. Andando são 20 minutos. Josefin disse que mora a 5 minutos de mim e toda Malmö parece estar a menos de 1 hora daqui. Compreenderam? A distância/tempo deve ser medida de acordo com a ‘passada média’ de um sueco, provavelmente com pernas de mais de um metro, ou então segundo a velocidade média preestabelecida para os coletivos. Só pode. Na verdade, eu estou sempre atrasada. Com certeza porque minhas pernas são mais curtinhas que as demais por aqui.

Um comentário:

Unknown disse...

haha!
ei! ta internacionalizando a fama d baiano d atrasado e preguiçoso!!!!
pode não!

bjaum e boa sorte!

Armando